
Informações gerais
A MATA ATLÂNTICA
No sul e litoral da Bahia está presente um dos ecossistemas mais ricos ameaçados do mundo: A Mata Atlântica.
Essa floresta ocorre em todo litoral leste brasileiro desde o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte.
Ela protege e regula o fluxo dos mananciais que abastecem de água as cidades, controla o clima local, possui uma beleza que atrai turistas nacionais e internacionais, além de possuir uma grande diversidade de espécies vegetais e animais, muitos deles endêmicos, ou seja, que existem apenas neste ecossistema.
Agora vamos refletir, qual a área mais habitada do Brasil? Não seria o próprio litoral? Sim, e é por isso mesmo que hoje restam apenas 7% de floresta original Os seres vivos e suas interações constantemente ameaçados de extinção.
A Mata Atlântica possui diferentes características que dependem do relevo, dos regimes pluviométricos, da proximidade da costa e dos tipos de solo. Nessa região sul da Bahia ela é chamada de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas.
Características da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas de Porto Seguro e proximidades
Vamos começar com: baixo relevo, chuvas constantes e bem distribuídas ao longo do ano, temperaturas elevadas (média de 25°C), e proximidade ao mar.
Como o próprio nome diz, a floresta é densa, e seguindo as palavras do explorador alemão Alexander von Humbolt, é uma "floresta sobre uma floresta", ou seja, possui camadas.
Muitas das árvores chegam a atingir até 40 metros de altura, as ramificações são altas e formam copas que se juntam e impedem a penetração do sol nas camadas mais baixas.
Na parte mais baixa, os sub-bosques, crescem pequenas árvores como bambus, e muitas samambaias e líquens.
Em toda a floresta podemos encontrar cipós, bromélias, orquídeas e gavinhas.
O solo é repleto de folhas e vegetais que caem das árvores e servem de alimento à insetos, e também a fungos e bactérias que os decompõem.
Restinga
São formações que fazem parte da Floresta Ombrófila Densa. Especificamente, são formações de terras planas e arenosas com influência marinha.
Na linha da praia, a vegetação é adaptada a consições salinas e arenosas. Um pouco mais ao interior, possui vegetação arbustivo-arbóreo com muitas bromélias, ou em algumas parte até mesmo florestas (mata de restinga).
São áreas com solos pobres em nutrientes e clima hostil, portanto as espécies que ali vivem são extremamente adaptadas e frágeis. São essas espécies as responsáveis por regular e amenizar a erosão dos ambientes costeiros, principalmente com a ação dos ventos e da água do mar.

Manguezais
É uma área definida como “ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés” (SCHAEFFER-NOVELLI, Y.Manguezal ecossistema entre a terra e o mar.São Paulo: Caribbean Ecological Research, 1995, p. 7).
Possui pouca diversidade vegetal, porém incrível diversidade animal. Além disso,funciona como o verdadeiro “berçário da natureza”, pois apresenta condições ideais para reprodução e desenvolvimento de formas juvenis de várias espécies, principalmente crustáceos e peixes.
Dentre outras importantes funções dessa vegetação, destaca-se a proteção da região costeira contra erosão e o fato de ser fonte de renda e alimentos para as pessoas que vivem em seu entorno. Os manguezais produzem mais de 95% do alimento que o homem captura no mar.
Devido sua importância são considerados Área de Presenvação Permanente.

Falésias
São paredões íngremes desenhados pela ação do mar. Nas praias do sul da Bahia, as falésias são avermelhadas, formadas a partir de terrenos de arenito, e podem apresentar também outras cores.
Estão em constante processo de erosão, devido à ação do mar e do vento. A vegetação que encobre é importante para controlar a erosão.

Recifes de Coral
Coral não é pedra!! Os corais são animais parentes das águas-vivas, que produzem um exqueleto externo de carbonato de cálcio, bem forte e resistente. Eles podem viver em colônias, e quando são milenares (colonias formadas por milhares de anos), são chamadas de recifes de coral. Assim, os recifes são compostos de corais vivos sobrepostos à corais mortos.
Algumas algas podem viver juntas aos corais e recifes, de forma harmônica (simbiose), contribuindo também para a fromação desse exoesqueleto. São as zooxantelas, e são elas as responsáveis pela diversidade de cores: verde, azul, amarelo, lilás e outras.
São ecossistemas muito ricos em biodiversidade, abrigando uma infinidade de espécies de peixes, moluscos, crustáceos, cnidários e algas. Apesar de grande importância, os recifes encontram-se ameaçados no mundo inteiro.
Os recifes de corais ocorrem principalmente em regiões com águas permanentemente quentes, claras e rasas, como as do sul da Bahia.

Ameaça à biodiversidade
São diversas as causas do desmatamento na região, sendo os principais a exploração imobiliária (principalmente para construções ligadas ao turismo), e exploração agrícola (principalmente para plantação de eucalipto e em menor escala de cacau).

As áreas mais afetadas sem dúvida são as restingas e manguezais. Como são áreas não florestais, é comum pensar que não são áreas importantes. Principalmente em regiões de manguezais, a devastação ocasiona não só degradação ambiental, mas também grandes perdas sociais e econômicas.
Percebe-se nessa região que, principalmente no Arraial d'Ajuda, é quase impossível alcançar a praia devido às diversas construções de casas, pousadas, hotéis e restaurantes na baira do mar e sobre as falésias. Não existe um controle e fiscalização principalmente na construção imobiliária o que caracteriza em alta destruição dessas formações e ecossistemas.
Em relação aos recifes de coral, apesar de resistentes à ação das ondas e das mar, eles são frágeis a mudanças climáticas e do ecossistema. Estima-se que 27% de todos os recifes de coral do mundo já foram irreversivelmente degradados por causa do aquecimento global e ações predatórias como o crescimento irregular das cidades costeiras e a poluição.
