
Informações gerais
HISTÓRIA
DO Arraial d'Ajuda
Após a instauração do sistema de capitanias hereditárias, em 1534, e da criação da Vila de Nossa Senhora da Pena de Porto Seguro, em 1535, chega na região uma nova expedição vinda de Portugal.
Tomé de Souza e alguns jesuítas aqui chegaram em 1549, nas belas praias do sul da Bahia, nas suas 3 naus: Conceição, Salvador e Ajuda. Em homenagem à esses exploradores, construIram e nomearam mais vilas e igrejas, incluindo a vila de Arraial d’Ajuda e a sua Igreja Nossa Senhora d’Ajuda. O Arraial não participou da chamada “rede urbana do século XVI”, portanto continuou como vila por muitos e muitos anos, ao contrário de Porto Seguro e Cabrália.
Grandes histórias e muita mística na vila foram descritos desde aqueles tempos. Uma das mais famosas é a lenda do milagre d’água, que se trata do surgimento da fonte milagrosa, ocorrido no início do século XVI.
Existem diversas histórias sobre a fonte, localizada no meio da subida entre a praia dos pescadores (estrada da balsa/ Arraial Eco Parque) e o centro histórico:
José de Anchieta, famoso jesuíta, descreve: "sonoro brando sussurro da água que milagrosamente jorrou de uma fonte ao pé de uma frondosa árvore, quando o Pe. Francisco Pires celebrava ali o santo sacrifício da missa".
Uma outra lenda diz: "Vendo um irmão um tronco de uma árvore muito grande junto à ermida, pediu a Nossa Senhora o milagre de lhe dar água naquele lugar. Pe. Nóbrega, que estava presente disse: ‘mais podia a Senhora’. Quando todos foram à missa, no meio do santo sacrifício, arrebentou de súbito um grande jorro de água no lugar assinalado no tronco da árvore, junto ao altar de Nossa Senhora."
E mais outra lenda diz: "No alto morava um fazendeiro que não gostava de ver passar pelas suas terras, aqueles religiosos, que iam e viam carregando a água. Um dia, não suportando mais a invasão, determinou a proibição dessa passagem. Logo os fiéis não pararam de rezar, a suplicar pelo milagre de uma fonte de água, para seu trabalho, sua sede, o que, num momento, aconteceu em plena hora da missa. E o fazendeiro, arrependido, resignou-se à religião cristã e comungou com os fiéis, unindo-se a eles".
Segundo o Pe. Serafim Leite, na sua "História da Companhia de Jesus", edição 1945, afirma que foi Vicente Rodrigues o descobridor da fonte. “Foi no tempo da construção da primeira casa. Estando lá 2 padres, Vicente Rodrigues e Francisco Pires, quis o próprio Deus; e a terra se abriu e surgiu a mais famosa fonte que até agora há naquela terra”.

Outra lenda importante é a do surgimento da Santa, uma pequena imagem de Nossa Senhora d’Ajuda, esculpida em madeira, foi encontrada próximo ao local onde se ergueu a Igreja.
O Pe. Simão de Vasconcelos: “Um lenhador, habitante de um rancho calmoso à aureola da costa, subindo certo dia o ápice da montanha, de repente topou surpreso em um calhau; era a milagrosa santinha.
Anos 70
Dentro dessa atmosfera mística, em meados dos anos 70, a onda alternativa balançava as estruturas convencionais: "mochila nas costas, um mundo a reinventar, jovens em busca de um sonho, que enfim, encontraram em Arraial o lugar perfeito, gente nativa amavelmente receptiva e uma natureza exuberante". (Fonte: desconhecida).
No final dos anos 80 e começo dos 90, a lambada/ zouk (no Jatobar, centro histórico), o reggae, o rock, o axé, a liberdade e o topless estavam no auge em Arraial d'Ajuda, o que começou a atrair mais e mais jovens aventureiros.


Atualidade
A vila continua crescendo e atraindo visitantes. Alguns só de passagem, outros que resolvem largar a vida turbinada das grandes, médias e tradicionais cidades, para se entregar ao único Arraial. O lugar perdeu alguns antigos costumes dos anos 70, 80 e 90, mas ainda continua bela, rústica, agora mais sofisticada, com natureza ainda preservada pelos seus habitantes que, na maioria, tem consciencia ambiental. A vila recebe pessoas de todas idades, pois oferece programas durante o dia e a noite, tranquilos e mais agitados.
#Vemproarraial
O Arraial ainda pertence ao Município de Porto Seguro.

Acesse aqui o blog Correcaminos, do jornalista Clovis Heberle, e veja mais imagens e histórias do Arraial.
Assista também à reportagem ao lado: Verão de Porto Seguro. Documento Especial. SBT.1992, que fala sobre Arraial nos anos 90.
DO descobrimento do Brasil

Pedro Álvares Cabral era o capitão-mor de uma esquadra formada por treze navios (naus). Eles saíram de Portugal no dia 8 de março de 1500 para atravessar o Oceano Atlântico – conhecido na época como Mar Tenebroso – até chegar na Índia. Essa missão difícil e perigosa foi a maior expedição marítima realizada até então. A tripulação, composta por 1500 homens, deixou testamento pouco antes da partida, e os marujos casados receberam um ano de salários adiantado.
Passaram pela Ilha de Madeira, contornaram as Ilhas Canárias, passaram por Cabo Verde, e após 44 dias em alto-mar, na manhã do dia 22 de abril de 1500, avistaram um monte “muito alto e redondo”, que seria batizado com o nome de Monte Pascoal (era período de Páscoa). E não haviam chegado à Índia, como esperavam, haviam chegado a uma terra selvagem na qual chamaram de Terra de Vera Cruz (Brasil).
Próximo ao monte aconteceu o primeiro contato com os nativos, provavelmente na barra do Rio Caí (Município de Prado, ao sul de Caraíva). Logo, a esquadra retornou aos navios e tomou uma pequena rota ao norte. Ancoraram as embarcações na Baía Cabrália (Santa Cruz de Cabrália), próximo ao Rio João de Tiba.
Depois de permanecer por uma semana ancorados, analisando a nova Terra, analisando os índios que viviam nela, e se havia algum produto de interesse ou alguma riqueza, Pedro Álvares Cabral e os demais deixaram a Terra de Vera Cruz e seguiram rumo à Índia. Após tormentas em alto-mar, lutas na cidade de Calicute, e muitas mortes, apenas sete embarcações retornaram a Lisboa, após quase um ano e meio de viagem.
Terra de Vera Cruz: nome usado por Cabral, de acordo com Pero Vaz de Caminha.
Ilha de Vera Cruz: por Pero Vaz de Caminha.
Vera Cruz: pelo Mestre João Faras.
Terra de Santa Cruz: por D. Manuel.
Brasil: não se sabe ao certo a origem desse nome. Desde o século XII, Brasil significava na Europa um produto tintureiro. Foram encontrados aqui nesta terra milhares de árvores que forneciam tintura, chamadas de pau-brasil. A outra teoria é que o nome vem do irlandês Hy Brysail, terra de eleitos: a ilha paradisíaca que aparece em diversos mapas medievais.
Dos diversos relatos escritos por membros da esquadra de Cabral e enviadas ao rei D. Manuel I, apenas três chegaram até a atualidade: as cartas de Pero Vaz de Caminha, do Mestre João Faras e a Relação do Piloto Anônimo.
O mais importante é a carta de Caminha que, em 27 páginas redigidas na forma de diário, revela com detalhes os primeiros instantes de contato com os nativos, observando seus hábitos e gestos mais comuns, assim como trata da natureza.
Na descrição de Mestre João Faras – médico e cirurgião de D. Manuel -, destacam-se observações astronômicas, como a identificação da constelação Cruzeiro do Sul. A Relação do Piloto Anônimo foi escrita por um tripulante não identificado, restrigindo-se a algumas poucas observações sobre a natureza e os nativos.
DA Capitania de Porto Seguro
Inicialmente essa nova terra não foi ocupada efetivamente. Portugal limitou-se à exploração do pau-brasil, árvore conhecida pelos nativos como ibirapitanga, e que tinha grande valor econômico na época. A madeira também atraia corsários europeus, principalmente franceses. Os índios facilitavam a retirada daqueles produtos, porque os portugueses ofereciam em troca alguns produtos de pouco valor para Europa, mas que atraiam a curiosidade daqueles povos.
Em 1516, religiosos franciscanos erguem a primeira igreja no território brasileiro, no Outeiro da Glória, em Porto Seguro. A capela é dedicada a São Francisco de Assis. Atualmente encontra-se em ruinas.

Algumas pequenas expedições foram organizadas novamente para legitimar a ocupação territorial. Mas somente com a instauração do sistema de capitanias hereditárias, em 1534, esse objetivo começou a ser cumprido.
Ao desembarcar na foz do Rio Buranhém, em 1535, Pero do Campo Tourinho, donatário da capitania de Porto Seguro, ergueu a Vila de Nossa Senhora da Pena de Porto Seguro. Ordena a construção da igreja Matriz da Vila (que foi substituida completamente mais tarde pela Matriz de Nossa Sra. da Pena) e da Igreja da Nossa Senhora dos Passos (atualmente Igreja da Misericórdia, a igreja edificada mais antiga do Brasil, hoje é Museu da Arte Sacra). Ambas igrejas foram construidas no bairro conhecido como Cidade Alta ou Centro Histórico de Porto Seguro. Tourino dá impulso à capitania, estimulando a criação de engenhos, mas em 1546 é acusado de heresia por sesmeiros religiosos e colonos, é preso e enviado de volta a Lisboa.
A história da antiga capitania esteve inevitavelmente ligada à questão indígena. O peso demográfico daquela população de índios Tupis e Pataxós na região era bastante grande chegando a ocupar quase metade dos habitantes das vilas e povoações. Movidos pela ganância e ambição, autoridades portuguesas e colonos luso-brasileiros buscavam aproveitar este contingente populacional com a finalidade de explorar sua força de trabalho e expropriar seus territórios.
Já os índios Aymorés, aqueles que vinham dos sertões, do interior do Brasil, desde o princípio não se deixavam ser explorados, por isso lutavam contra os portugueses e atacavam constantemente as vilas e povoações da costa. Os ataques acabaram no século XIX, quando os Aymorés foram totalmente exterminados.
Desde meados do século XV, escravos africanos foram levados para Portugal e é provável que alguns tenham chegado ao Brasil trazidos pelos primeiros colonizadores. A Capitania de Porto Seguro forneceu zimbos, espécie de búzios, para o tráfico de escravizados, sobretudo com a região que atualmente é Angola.
Os produtos produzidos nas vilas estavam voltados para o consumo e/ou comércio interno, como a farinha de mandioca, piaçabas, a pesca e a plantação de cocos; as exceções era um engenho de açúcar e algumas fazendas de gado. E em todas essas atividades, somadas às tarefas domésticas, como a feitura dos doces de compota de goiaba ou araçá, eram realizadas por pessoas de diversas origens incluindo escravizados de origem africana e indígena.
No século XVII, mais precisamente em 1624, holandeses invadem Salvador e ficam na cidade durante 1 ano, quando são expulsos por forças portuguesas e espanholas. Durante a ocupação de Pernambuco, continuam atacando o litoral da Bahia saqueando vilas e engenhos até a sua expulsão definitiva da colônia em 1654.
DO desenvolvimento
A partir da segunda metade do século XVIII, as capitanias viveram um processo de redefinição de fronteiras e reordenamento de seus vastos territórios. Havia um descontrole do domínio colonial frente a imensidão daquelas terras e povos. Além dos ataques, era ainda mais necessário uma organização porque era uma região estrategicamente importante porque se localizava entre os principais centros urbanos da colônia (Salvador e Rio de Janeiro) e o mais importante centro produtor de ouro e pedras preciosas (Minas Gerais).
Assim, foram criados neste período seis novas vilas (Prado, Belonte, São Mateus, Viçosa, Porto Alegre e Alcobaça), com a finalidade de facilitar a exploração das riquezas naturais com a ajuda da população indígena local, facilitar o controle fiscal das vias de acesso à Capitania de Minas Gerais, bem como a defesa militar contra os constantes ataques de índios hostis.
Em 1763 a colônia foi elevada a vice-reinado, a capital transferida para o Rio de Janeiro e o sistema de capitanias extinto, sendo substituído pelo de Ouvidorias.
A presença do segundo ouvidor de Porto Seguro, José Xavier Machado Monteiro, a partir de 1767 foi importante devido a construção e reforma de prédios. Assim foi descrita a situação de Porto Seguro ao rei em 1772: “Acha-se muito melhorada com novas ruas e casas (...). O número de casais da sua freguesia consta de trezentos e tantos, quase todos brancos e pardos, de que grande parte vivem de pescarias, mas quase todos pobres, porque neles tão bem domina muita preguiça.”.
Em 1822, com o início do período imperial no Brasil, a Ouvidoria de Porto Seguro subordina-se à administração da província da Bahia. O comércio de madeira, piaçava, garoupa e sal cresce nesse período. Em 30 de junho de 1891, no início da República, Porto Seguro foi elevada à categoria de cidade.
Porto Seguro, Patrimonio da Humanidade

Na década de 1930, Porto Seguro, uma cidade ainda esquecida e isolada devido às precárias condições de acesso, começou a ser valorizada pela sua história, e o interesse por sua preservação cresceu nas décadas seguintes.
Em 1968 o conjunto arquitetônico da cidade alta foi tombado, e em 1973 o município foi elevado a monumento nacional. Nessa mesma época o trecho Vitória-Salvador da BR-101 foi finalizado, o que impulsionou o crescimento da cidade, sobretudo pelo estímulo ao turismo. O censo realizado em 1996 revelou que a população do município era de 64.957 habitantes, o dobro do que fora registrado em 1990.
Em 1999, o território chamado Museu Aberto do Descobrimento, que inclui Porto Seguro, foi elevado pela Unesco à categoria de Patrimônio Natural da Humanidade.
Presença indígena na costa
Quinhentos anos antes da chegada dos primeiros europeus, o continente sul americano se encontrava densamente povoado por indígenas de diferentes tradições.
Foram encontrados alguns objetos usados por esses antigos habitantes, como por exemplo adornos labiais e urnas de cerâmicas. Através desses achados, especialistas desenvolvem hipóteses sobre suas tradições.
7390 a.C.: Primeiras evidências da presença indígena no litoral da Bahia.
1000 a.C.: Presentes no litoral os antepassados dos índios Macro-Jê.
420 a 770 d.C.: Vestígios da cultura Tupi na atual região de Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro.

Foto: Pataxós da Jaqueira - by Carlos Macedo
Quando as embarcações portuguesas chegaram no ano de 1500 ao Brasil, acredita-se que viviam em todo litoral cerca de 1 milhão de índios (alguns estudos citam que viviam até 5 milhões de índios). Era uma quantidade significativa para os descobridores, já que Portugal na mesma época tinha em torno de 1,5 milhão de habitantes.
O aldeamento e a catequese contribuíram para o processo de dominação dos índios e ocupação do território.
Eles ficaram conhecidos como Tupi-Guarani, sendo que os Guarani ocupavam o sul até São Paulo e os Tupi dominavam da faixa litorânea paulista até a costa do Ceará.
Na região conhecida como costa baiana, cronistas europeus do século XVI notaram a presença de povos Tupiniquim e Tupinambá. Também encontraram índios contrários aos Tupi genericamente chamados Tapuia, e contam que os povos Aymoré e Guerem estariam no interior após serem expulsos da costa pelos Tupi. O nome Aymoré era também usado para indicar todos os povos do sertão.
Em 1562, trinta mil índios foram dizimados pela epidemia de varíola que atingiu principalmente os engenhos do Recôncavo bem como os aldeamentos do litoral até o Espírito Santo.
Registros históricos atestam a presença dos antepassados dos Pataxós nesta região há muitas décadas vivendo em pequenos grupos, com grande mobilidade espacial, subsistindo da caça e pesca. Em 1861, os Pataxós e índios de outras etnias que habitavam nas proximidades das vilas costeiras da região foram aldeados pelo governo na área atual de Barra Velha (aldeia "mãe"), junto ao Monte Pascoal, onde muitos deles já viviam (desde aproximadamente 1767, parece ser a aldeia mais antiga da região).
Em anos mais recentes, principalmente depois do "Fogo de 51", na qual parte da aldeia foi incendiada, os índios vivenciaram um processo de dispersão territorial, que deu origem a novas aldeias na região.
A Terra Indígena Coroa Vermelha foi uma aldeia criada recentemente e conflitos de território esão relacionados com a explosão do turismo na região e, consequentemente, com a crescente especulação imobiliária. Foram anos de lutas para a demarcação do território. Apenas em 1997, vinte e cinco anos após o estabelecimento dos Pataxó em Coroa Vermelha, a demarcação e a posse do território foram efetivadas. Nessa época, a aldeia se subdividiu em duas áreas distintas de ocupação: “ ‘Gleba A’, urbana, onde se localiza a aldeia propriamente dita; e ‘Gleba B’, distante cerca de seis quilômetros da primeira e caracterizada por seu contraste com o urbano, ao representar a ‘mata’ ” (Sampaio, 1996, p. 42).
O Projeto Jaqueira, que criou a Reserva do mesmo nome, na Gleba B, foi desencadeado com a preocupação da preservação ambiental e a retomada da forma tradicional de vida, “viver na mata”, ao que se seguiu a elaboração de um projeto de visitação turística – Projeto Jaqueira de Ecoturismo, posteriormente redenominado Projeto Jaqueira de Etnoturismo – visando à persistência da ocupação.
A Terra Indígena Aldeia Velha é uma das conquistas mais recentes. Trata-se de um antigo assentamento indígena, cujas famílias residentes foram expulsas nos anos 1960 e 1970. Após algumas tentativas de reocupação, lideradas pelo então cacique Ipê, nos anos 1990, os Pataxó conseguiram, no início de 1998, fixar-se no local. A partir de então essa área passou a aglutinar várias famílias que estavam dispersas em núcleos urbanos costeiros do município de Porto Seguro, tais como Arraial d’Ajuda, Trancoso e Caraíva. A Terra Indígena foi declarada de posse permanente em janeiro de 2011.
Os Pataxós, apesar de quase terem sido dizimados no passado, constituem hoje o mais populoso povo indígena da Bahia, contando com mais de treze mil indivíduos. Vivem em aldeias entre os municípios de Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Prado e Monte Pascoal.
Sobrevivem principalmente da agricultura embora o turismo e artesantatos também seja uma atividade econômica importante. Trabalhos em madeira, armas e adornos são comercializados, garantindo recursos econômicos e servindo de expressão da identidade indígena dessa região.
Na Aldeia Velha destaca-se a produção e comercialização de arcos, flechas, zarabatanas, lanças, chocalhos, gamelas, colher de pau, pentes, colares, pulseiras de sementes e conchas, brincos, entre outros objetos. A produção de gamelas é especialmente relevante em termos econômicos e da qualidade do produto, considerado tradicional e tecnicamente elaborado.
Vale ressaltar que o artesanato surgiu como uma alternativa econômica a partir da década de 1970, por sugestão do chefe de posto indígena Leonardo Machado, Em 1971, a fabricação era apenas de arcos e flechas, sendo identificado um conjunto de 21 arcos para mercado e três considerados para uso. Esses últimos destacavam-se pelo seu maior tamanho e elaboração mais cuidadosa (Agostinho, 1972, p. 86).
Antes da introdução do artesanato, Barra Velha e as aldeias então existentes viviam da coleta nos mangues e recifes, que supria a população de proteína animal; da agricultura de subsistência nas manchas de capoeira, de onde retiravam os carboidratos, principalmente da mandioca; e da coleta de piaçava, mediante a qual, embora precariamente, se relacionavam com o mercado regional.
Conflitos territoriais ainda marcam o relacionamento desses povos nessa região.
Ainda que sofreram bruscos processos de mudança cultural, ainda hoje são portadores de tradições culturais próprias.
Trechos retirados do Texto: Pataxó - Luta por demarcações, de Maria Rosário Carvalho.
Mais informações em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/pataxo
https://aldeiavelha.wordpress.com/
http://indiosnonordeste.com.br/wp-content/uploads/2012/08/TESE-SOBRE-OS-PATAX%C3%93-BAHIA.pdf
